SOROBÃ
MATEMÁTICA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Dependendo do nível do funcionamento visual, os procedimentos diferirão de modo a proporcionar também os meios necessários para a aprendizagem. Cabe ao professor proceder de forma a não caracterizar interesse especial pelo aluno ou superproteção, mas atendê-lo conforme suas necessidades específicas para que tenha acesso ao conteúdo desenvolvido em sala de aula. A propósito, sugerimos, como norma, os seguintes procedimentos:
• expressar verbalmente, sempre que possível, o que esteja sendo representado no quadro;
• verificar se o aluno acompanhou a problematização e efetuou seu próprio raciocínio;
• dar tempo suficiente para o aluno levantar dúvidas, hipóteses de resolução do problema e
demonstração do raciocínio elaborado;
• procurar não isentar o aluno das tarefas escolares, seja em classe ou em casa;
• recorrer ao professor especializado, no sentido de valer-se dos recursos necessários em tempo, a
fim de evitar lacunas no processo de aprendizagem da Matemática.
A idade em que ocorreu a deficiência do aluno é fator de fundamental importância para o trabalho do professor, considerando-se que, via de regra, a criança que vê vivência situações variadas e com mais freqüência do que a deficiente, o que lhe dá uma bagagem maior de informações, que poderão
influir diretamente no rendimento escolar.
Conceitos espaço-temporais, noções práticas relativas a peso, medidas e quantidades e outras utilizadas na vida, como compra e venda, troco, leitura de horas, cálculo de distâncias, etc.
são vivenciados, a todo momento, pelas crianças de visão normal.
Uma das formas de compensar essa desvantagem é a atuação dos professores, orientando os familiares do aluno deficiente para que lhe sejam proporcionadas tais vivências, indispensáveis na vida prática.
O Sorobã
Aspectos históricos
O sorobã ou ábaco, aparelho de cálculo de procedência japonesa, adaptado para o uso de deficientes de visão, vem merecendo crescente aceitação no ensino especializado, em
virtude da rapidez e da eficiência na realização das operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação, divisão, radiciação, potenciação), de seu baixo custo e de sua grande
durabilidade.
No Brasil, o sorobã foi adaptado para uso de cegos em 1949, por Joaquim Lima de Moraes. Hoje, o uso do sorobã é de valor reconhecido por professores especializados e pessoas cegas, e ainda requer uma orientação precisa e objetiva sobre as técnicas apropriadas para sua utilização. Seu emprego na
aprendizagem da Matemática faz parte do currículo do Ensino Fundamental para alunos com deficiência visal, sendo adotado pelo sistema educacional em todo território nacional.
Descrição do Instrumento
O sorobã ou ábaco é um instrumento matemático, manual, que se compõe de duas partes, separadas por uma régua horizontal, chamada particularmente de “régua de numeração”. Na sua parte inferior apresenta 4 contas em cada eixo. A régua apresenta, de 3 em 3 eixos, um ponto em relevo,
destinado, principalmente, a separar as classes dos números.
Há sorobãs que apresentam 13, 21 ou 27 eixos, sendo que o mais comum entre nós é o de 21 eixos, utilizado pelo cego, a partir do início da alfabetização, percorrendo toda a vida escolar do aluno com uso incorporado a sua vida cotidiana.
A tarefa do professor de classe precisará ser desenvolvida em estreito entrosamento com o professor especializado, do qual ele obterá as orientações que julgar necessárias, sem transferir para este, o encargo de ministrar os conteúdos programáticos.
Preliminarmente, o professor precisará obter informações básicas com referência ao aluno deficiente, de acordo com o nível de estudos dos símbolos matemáticos usados:
• se dispõe de livro-texto adequado ou material transcrito no Sistema Braille;
• se utiliza o sorobã como recurso necessário para o aprendizado da Matemática;
• se realiza cálculo mental;
• se dispõe de recursos pedagógicos adaptados (blocos lógicos, material dourado, Tangran, ábaco,
cubaritmo).
MÁQUINA BRAILLE
MÁQUINA BRAILLE: AGORA SERÁ BRASILEIRA
São meninos e meninas que têm os mesmos direitos de qualquer outra criança, inclusive o de aprender a ler e a escrever. No caso das crianças com deficiência visual, é fundamental o acesso à Máquina Braille. Criada há mais de 50 anos nos Estados Unidos, ela representa para o cego o que a caneta ou o lápis significam para a vida diária da pessoa com visão normal.No entanto, seu preço entre 600 a 700 dólares faz com que chegue ao nosso país, com impostos e custos comerciais adicionais, entre 5.000 a 6.000 reais. “É um valor incompatível com a realidade brasileira. Foi por isso, e pelo convívio com nossa filha cega, Lara, que desde a fundação da Laramara, há 14 anos, perseguimos obsessivamente o projeto de nacionalização da Máquina Braille”, enfatiza Victor Siaulys, presidente do Conselho Deliberativo da instituição.
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