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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Adaptações curriculares na Educação Especial

As adaptações curriculares constituem, pois, possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem que se realize a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades especiais.

Adaptado de MANJÓN, D.G.; GIL, J.R. & GARRIDO, A.A. Adaptaciones curriculares - guía para su elaboración.. Granada-Espanha: Aljibe, 1995. Colección: Educación para la diversidad


Não se propõe unicamente um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os educandos. Nessas circunstâncias, as adaptações curriculares implicam a planificação pedagógica e a ações docentes fundamentadas em critérios que definem:
• o que o aluno deve aprender;
• como e quando aprender;
• que formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem;
• como e quando avaliar o aluno.
Para que alunos com necessidades educacionais especiais possam participar integralmente em um ambiente rico de oportunidades educacionais com resultados eliminação favoráveis, alguns aspectos precisam ser considerados, destacando-se entre eles:

• a preparação e a dedicação da equipe educacional e dos professores;
• o apoio adequado e recursos especializados, quando forem necessários;
• as adaptações curriculares e de acesso ao currículo.

Algumas características curriculares facilitam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, dentre elas:

Adaptações Organizativas:- organização de agrupamentos,- organização didática,- organização do espaço

Relativas aos objetivos e conteúdos:
- priorização de áreas ou unidades de conteúdos,
- priorização de tipos de conteúdos,
- priorização de objetivos,
- seqüenciação,
- eliminação de conteúdos secundários

As adaptações relativas aos objetivos e conteúdos dizem respeito:

• à priorização de áreas ou unidades de conteúdos que garantam funcionalidade e que sejam essenciais e instrumentais para as aprendizagens posteriores. Ex: habilidades de leitura e escrita, cálculos etc.;

• à priorização de objetivos que enfatizam capacidades e habilidades básicas de atenção, participação e adaptabilidade do aluno. Ex: desenvolvimento de habilidades sociais, de trabalho em equipe, de persistência na tarefa etc.;

• à seqüenciação pormenorizada de conteúdos que requeiram processos gradativos de menor à maior complexidade das tarefas, atendendo à seqüência de passos, à ordenação da aprendizagem etc.;

• ao reforço da aprendizagem e à retomada de determinados conteúdos para garantir o seu domínio e a sua consolidação;

• à eliminação de conteúdos menos relevantes, secundários para dar enfoque mais intensivo e prolongado a conteúdos considerados básicos e essenciais no currículo.

Avaliativas:
- adaptação de técnicas e instrumentos
- modificação de técnicas e instrumentos

Nos procedimentos didáticos e nas atividades:
- modificação de procedimentos,
- introdução de atividades alternativas às previstas,
- introdução de atividades complementares às previstas,
- modificação do nível de complexidade das atividades,
- eliminando componentes,
- seqüenciando a tarefa,
- facilitando planos de ação,
- adaptação dos materiais,
- modificação da seleção dos materiais previstos

Na temporalidade:
- Modificação da temporalidade para determinados objetivos e conteúdos previstos

As adaptações relativas aos objetivos e conteúdos dizem respeito:

• à priorização de áreas ou unidades de conteúdos que garantam funcionalidade e que sejam essenciais e instrumentais para as aprendizagens posteriores. Ex: habilidades de leitura e escrita, cálculos etc.;
• à priorização de objetivos que enfatizam capacidades e habilidades básicas de atenção, participação e adaptabilidade do aluno. Ex: desenvolvimento de habilidades sociais, de trabalho em equipe, de persistência na tarefa etc.;
• à seqüenciação pormenorizada de conteúdos que requeiram processos gradativos de menor à maior complexidade das tarefas, atendendo à seqüência de passos, à ordenação da aprendizagem etc.;
• ao reforço da aprendizagem e à retomada de determinados conteúdos para garantir o seu domínio e a sua consolidação;
• à eliminação de conteúdos menos relevantes, secundários para dar enfoque mais intensivo e prolongado a conteúdos considerados básicos e essenciais no currículo.

Para alunos com deficiência visual:

• materiais desportivos adaptados: bola de guizo e outros;
• sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades do aluno: sistema braille, tipos escritos ampliados;
• textos escritos com outros elementos (ilustrações táteis) para melhorar a compreensão;
• posicionamento do aluno na sala de aula de modo que favoreça sua possibilidade de ouvir o professor;
• deslocamento do aluno na sala de aula para obter materiais ou informações, facilitado pela disposição do mobiliário;
• explicações verbais sobre todo o material apresentado em aula, de maneira visual;
• boa postura do aluno, evitando-se os maneirismos comumente exibidos pelos que são cegos;
• adaptação de materiais escritos de uso comum: tamanho das letras, relevo, softwares educativos em tipo ampliado, textura modificada etc.;
• máquina braille, reglete, sorobã, bengala longa, livro falado etc.;
• organização espacial para facilitar a mobilidade e evitar acidentes: colocação de extintores de incêndio em posição mais alta, pistas olfativas para orientar na localização de ambientes, espaço entre as carteiras para facilitar o deslocamento, corrimão nas escadas etc.;
• material didático e de avaliação em tipo ampliado para os alunos com baixa visão e em braille e relevo para os cegos;
• braille para alunos e professores videntes que desejarem conhecer o referido sistema;
• materiais de ensino-aprendizagem de uso comum: pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, lupas, computador com sintetizador de vozes e periféricos adaptados etc.;
• recursos ópticos;
• apoio físico, verbal e instrucional para viabilizar a orientação e mobilidade, visando à locomoção independente do aluno.

Para alunos com deficiência auditiva:

• materiais e equipamentos específicos: prótese auditiva, treinadores de fala, tablado, softwares educativos específicos etc.;
• textos escritos complementados com elementos que favoreçam a sua compreensão: linguagem gestual, língua de sinais e outros;
• sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades do aluno: leitura orofacial, linguagem gestual e de sinais;
• salas-ambiente para treinamento auditivo, de fala, rítmico etc.;
• posicionamento do aluno na sala de tal modo que possa ver os movimentos orofaciais do professor e dos colegas;
• material visual e outros de apoio, para favorecer a apreensão das informações expostas verbalmente;
Para alunos com deficiência mental
• ambientes de aula que favoreçam a aprendizagem, tais como: atelier, cantinhos, oficinas etc.;
• desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais, de comunicação, cuidado pessoal e autonomia.

Para alunos com deficiência física:

• sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação adaptado às possibilidades do aluno impedido de falar: sistemas de símbolos (baseados em elementos representativos, em desenhos lineares, sistemas que combinam símbolos pictográficos, ideográficos e arbitrários, sistemas baseados na ortografia tradicional, linguagem codificada), auxílios físicos ou técnicos (tabuleiros de comunicação ou sinalizadores mecânicos, tecnologia microeletrônica), comunicação total e outros;
• adaptação dos elementos materiais: edifício escolar (rampa deslizante, elevador, banheiro, pátio de recreio, barras de apoio, alargamento de portas etc.); mobiliário (cadeiras, mesas e carteiras); materiais de apoio (andador, coletes, abdutor de pernas,
faixas restringidoras etc.); materiais de apoio pedagógico (tesoura, ponteiras, computadores que funcionam por contato, por pressão ou outros tipos de adaptação etc.);
• deslocamento de alunos que usam cadeira de rodas ou outros equipamentos, facilitado pela remoção de barreiras arquitetônicas;
• utilização de pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, suporte para lápis, presilha de braço, cobertura de teclado etc.;
• textos escritos complementados com elementos de outras linguagens e sistemas de comunicação.

Para alunos com superdotação:

• evitar sentimentos de superioridade, rejeição dos demais colegas, sentimentos de isolamento etc.;
• pesquisa, de persistência na tarefa e o engajamento em atividades cooperativas;
• materiais, equipamentos e mobiliários que facilitem os trabalhos educativos;
• ambientes favoráveis de aprendizagem como: ateliê, laboratórios, bibliotecas etc.;
• materiais escritos de modo que estimule a criatividade: lâminas, pôsteres, murais; inclusão de figuras, gráficos, imagens etc., e de elementos que despertam novas possibilidades.

Para alunos com deficiências múltiplas:

As adaptações de acesso para esses alunos devem considerar as deficiências que se apresentam distintamente e a associação de deficiências agrupadas:
surdez-cegueira
deficiência visual-mental
deficiência física-auditiva etc.

As adaptações de acesso devem contemplar a funcionalidade e as condições individuais do aluno:
• ambientes de aula que favoreça a aprendizagem, como: ateliê, cantinhos, oficinas;
• acesso à atenção do professor;
• materiais de aula: mostrar os objetos, entregá-los, brincar com eles, estimulando os alunos a utilizá-los;
• apoio para que o aluno perceba os objetos, demonstrem interesse e tenham acesso a eles.

Para alunos com condutas típicas de síndromes e quadros clínicos:

O comportamento desses alunos não se manifesta por igual nem parece ter o mesmo significado e expressão nas diferentes etapas de suas vidas. Existem importantes diferenças entre as síndromes e quadros clínicos que caracterizam as condições individuais e apresentam efeitos mais ou menos limitantes. As seguintes sugestões favorecem o acesso ao currículo:

• encorajar o estabelecimento de relações com o ambiente físico e social;
• oportunizar e exercitar o desenvolvimento de suas competências;
• estimular a atenção do aluno para as atividades escolares;
• utilizar instruções e sinais claros, simples e contingentes com as atividades realizadas;
• oferecer modelos adequados e corretos de aprendizagem (evitar alternativas do tipo “aprendizagem por ensaio e erro”).


Em nossa realidade, considerando o TEACCH:


- Estimular a aprendizagem visualmente mediada
- Criar materiais adaptados em sistemas de trabalho
- Uso de agendas
- Uso de comunicação alternativa
- Uso de técnicas de modificação de conduta visando adequação em sala de aulaintegralmente

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