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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

o que é a dislexia?

Entende-se por dislexia uma dificuldade de aprendizagem específica, que afecta a leitura e a escrita. Quem tem dislexia não automatizou a identificação de palavras e a leitura é mais lenta e com erros. O leitor com dislexia pode ter que soletrar as palavras, sobretudo se forem pouco familiares, relê-las ou reler a frase. Ao concentrar-se mais na tarefa de descodificação do texto pode ter mais dificuldade em concentrar-se nos conteúdos. Também, para o disléxico, a escrita é uma actividade não suficientemente automatizada, e pode sentir dificuldade em pôr por escrito as suas ideias, organizar as frases e memorizar a ortografia das palavras.

A dislexia tem origem, na maioria dos casos, numa dificuldade fonológica, ou seja em segmentar os sons da fala nas suas unidades mínimas, os fonemas, e fazer a associação entre os fonemas e os grafemas ou letras. É uma questão de funcionamento neurológico, que podemos considerar não como uma deficiência mas como um modo de funcionar.

A dislexia está muitas vezes associada a boas capacidades noutras áreas do funcionamento intelectual tais como, por exemplo, o raciocínio lógico, a capacidade de abstracção, o raciocínio espacial, a criatividade.

Existem graus de dislexia pelo que a situação pode ser mais ou menos acentuada. Também as condições em que decorreu a aprendizagem da leitura e escrita nos primeiros anos de escolaridade, o apoio e tipo de ensino que a criança teve, influenciam o futuro desempenho do disléxico.

É comum o disléxico ter desenvolvido outros problemas, não pela dislexia em si mas pelas suas consequências no rendimento escolar e na imagem de si próprio. O disléxico que não teve o devido apoio desde o início da escolaridade sentiu de forma intensa o insucesso nas tarefas que são as mais importantes na escola: ler e escrever.


É natural que tenha desenvolvido uma baixa auto-estima como aluno, ansiedade em várias situações escolares, evitamento de tarefas escolares que envolvem leitura e escrita. Por estes motivos pode acontecer que esteja a ter resultados escolares abaixo das suas capacidades.

O que se pode fazer para melhorar os problemas no ensino secundário


A identificação da dislexia deve ser feita o mais cedo possível para que a criança tenha um ensino adequado na fase de aprendizagem de leitura e escrita. No entanto, é possível melhorar a situação em qualquer idade.

No ensino secundário a ajuda pode passar pelos seguintes aspectos, tendo sempre em atenção a individualidade e características de cada aluno:

Treino fonológico – Exercícios de segmentação e fusão de fonemas;
Treino de escrita – Aprender a escrever mais correctamente usando técnicas de escrita;
Treino de leitura – Aprender técnicas de leitura mais eficazes;
Desenvolvimento de métodos de estudo – Conhecer o seu estilo de aprendizagem e tirar mais partido do estudo usando técnicas mais eficazes;
Aprender a reduzir a ansiedade – Aprender a ter mais segurança ao desempenhar tarefas escolares e nas situações de avaliação.
Desenvolver uma auto-estima positiva – Aprender a acreditar em si, a valorizar e ter confiança nas suas capacidades e a lidar com as suas dificuldades.

Medidas de Ensino Especial :

Adaptações na avaliação - Adaptando ou dando mais tempo nas avaliações escritas e não valorizando os erros, diversificando as modalidades de avaliação;
Aulas de Apoio Pedagógico Acrescido - em Língua Portuguesa para desenvolver alguns dos aspectos referidos acima, em Língua Estrangeira e pontualmente nas disciplinas que sinta necessidade;
Adaptações curriculares – adaptações nos programas das disciplinas, caso seja necessário em Língua Estrange
adaptações curriculares

Sugestões para usar com alunos com necessidades educativas especiais e com outros alunos

MATERIAIS - Diagnóstico


-Identificação de problemas ao nível dos materiais impressos e não impressos

-O aluno não tem competências necessárias para lidar com o material


-A complexidade do material excede o nível de compreensão do aluno


-A complexidade linguística do material , como o vocabulário e a sintaxe, fazem com que o aluno não aceda ao seu significado


-A quantidade de informação é excessiva, sobrecarregando o aluno


-O formato e design dos materiais (gráficos, organização, clarificação, utilização de exemplos), dificultam a compreensão



MATERIAIS IMPRESSOS -adaptações


-Substituição dos textos por outros alternativos

-Utilização de técnicas de desenvolvimento de textos que incluam estratégias para aumentar a compreensão e reter a informação por mais tempo



exemplos:

-Gravar em áudio o material de texto

- Ler os materiais de texto em voz alta

-Trabalhar os materiais de texto em tutoria de pares

-Trabalhar com os alunos individualmente ou em pequenos grupos

-Fazer uma abordagem adaptando o nível de compreensão requerido pelo material ao nível de compreensão do aluno

-Desenvolver versões reduzidas dos textos para os adaptar ao nível de leitura dos alunos

-Simplificar os materiais existentes (vocabulário, expressões)



SUGESTÕES COM O OBJETIVO DE MELHORAR A COMPREENSÃO DO MATERIAL DE TEXTO


-Explicar ao aluno os objetivos da leitura que lhe foi solicitada

-Ler previamente o texto

-Ensinar o aluno a usar aspectos do formato do texto como cabeçalhos, sublinhados, ajudas visuais(fig., etc.), notas introdutórias e o sumário do texto


-Utilizar um guião de estudo(conduzir o aluno através da leitura, levando-o a responder a questões relacionadas com as passagens do texto)


-Utilizar organizadores gráficos(ex. esquemas)


-Modificar o conteúdo das fichas de leitura ou diminuir o ritmo de leitura das mesmas


-Sublinhar os textos anteriormente para que o aluno saiba quais os pontos importantes


-Ensinar estratégias de automonitorização para ajudar o aluno a perceber e a questionar o que está a ler


-Adaptar as atividades referidas nos textos, reorganizando-as ou substituindo-as




SUGESTÕES PARA AJUDAR O ALUNO A RETER AQUILO QUE LEU


-Utilizar ajudas gráficas depois da leitura

-Sumariar, escrever alguns pontos importantes do texto, etc.

-Sugerir formas de preparação para os testes, tendo em conta os textos a usar

-Estimular a discussão dos conteúdos




ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM- adaptações




CUIDADOS A TER

-Localização do aluno na sala de aula (benéfico ficar na fila da frente)

-Ao apresentar nova informação ter cuidado com: estrutura, redundância, ritmo, envolvimento e entusiasmo ...

-Utilizar experiências multi-sensoriais

-Fazer adaptações nas tarefas de leitura quando necessário (ver quadros anteriores)

-Programar a aula de modo a haver mais intervalos ( ou mudanças de ritmo, de actividade etc.)

-Organizar as tarefas de modo a usar diversos métodos de ensino

-Providenciar maior número de explicações para os alunos com N.E.E., realçando os pontos importantes

-Usar tecnologias de apoio, tais como gravadores áudio, vídeo, computador.




ESTRATÉGIAS PARA FACILITAR A ESCUTA ATIVA


-Os aspectos relevantes dos conteúdos devem ser apresentados através de repetições, ênfase vocal e indicação de pistas

-A informação deve ter significado, ser organizada de modo lógico

-A informação deve ser dada através de pequenas unidades

-Deve ser pedido “feedback” ao aluno

-As apresentações orais deverão ser acompanhadas por ajudas visuais

-O aluno deve ser lembrado que deve reflectir antes de dar uma resposta

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