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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O professor deve entender as dificuldades dos estudantes com limitações de raciocínio e desenvolver formas criativas para auxiliá-los.

De todas as experiências que surgem no caminho de quem trabalha com a inclusão, receber um aluno com deficiência intelectual parece a mais complexa. Para o surdo, os primeiros passos são dados com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os cegos têm o braile como ferramenta básica e, para os estudantes com limitações físicas, adaptações no ambiente e nos materiais costumam resolver os entraves do dia-a-dia.
Mas por onde começar quando a deficiência é intelectual? Melhor do que se prender a relatórios médicos, os educadores das salas de recurso e das regulares precisam entender que tais diagnósticos são uma pista para descobrir o que interessa: quais obstáculos o aluno enfrentará para aprender - e eles, para ensinar.
No geral, especialistas na área sabem que existem características comuns a todo esse público. São três as principais dificuldades enfrentadas por eles: falta de concentração, entraves na comunicação e na interação e menor capacidade para entender a lógica de funcionamento das línguas, por não compreender a representação escrita ou necessitar de um sistema de aprendizado diferente. "Há crianças que reproduzem qualquer palavra escrita no quadro, mas não conseguem escrever sozinhas por não associar que aquelas letras representem o que ela diz", comenta Anna Augusta Sampaio de Oliveira, professora do Departamento de Educação Especial da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).
A importância do foco nas explicações em sala de aula
Alunos com dificuldade de concentração precisam de espaço organizado, rotina, atividades lógicas e regras. Como a sala de aula tem muitos elementos - colegas, professor, quadro-negro, livros e materiais -, focar o raciocínio fica ainda mais difícil. Por isso, é ideal que as aulas tenham um início prático e instrumentalizado. "Não adianta insistir em falar a mesma coisa várias vezes. Não se trata de reforço. Ele precisa desenvolver a habilidade de prestar atenção com estratégias diferenciadas para, depois, entender o conteúdo", diz Maria Tereza Eglér Mantoan, doutora e docente em Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O ponto de partida deve ser algo que mantenha o aluno atento, como jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, jogo da memória e imitações de sons ou movimentos do professor ou dos colegas - em Geografia, por exemplo, ele pode exercitar a mente traçando no ar com o dedo o contorno de uma planície, planalto, morro e montanha. Também é importante adequar a proposta à idade e, principalmente, aos assuntos trabalhados em classe. Nesse caso, o estudo das formas geométricas poderia vir acompanhado de uma atividade para encontrar figuras semelhantes que representem o quadrado, o retângulo e o círculo.

A meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma considerável a capacidade de se concentrar", comenta Maria Tereza, da Unicamp.
Escrita significativa e muito bem ilustrada
A falta de compreensão da função da escrita como representação da linguagem é outra característica comum em quem tem deficiência intelectual. Essa imaturidade do sistema neurológico pede estratégias que servem para a criança desenvolver a capacidade de relacionar o falado com o escrito. Para ajudar, o professor deve enaltecer o uso social da língua e usar ilustrações e fichas de leitura. O objetivo delas é acostumar o estudante a relacionar imagens com textos. A elaboração de relatórios sobre o que está sendo feito também ajuda nas etapas avançadas da alfabetização.
Quem não se comunica... pode precisar de interação
Outra característica da deficiência intelectual que pode comprometer o aprendizado é a dificuldade de comunicação. A inclusão de músicas, brincadeiras orais, leituras com entonação apropriada, poemas e parlendas ajuda a desenvolver a oralidade. "Parcerias com fonoaudiólogos devem ser sempre buscadas, mas a sala de aula contribui bastante porque, além de verbalizar, eles se motivam ao ver os colegas tentando o mesmo", explica Anna, da Unesp.

Essa limitação, muitas vezes, camufla a verdadeira causa do problema: a falta de interação. Nos alunos com autismo, por exemplo, a comunicação é rara por falta de interação. É o convívio com os colegas que trará o desenvolvimento do estudante. Para integrá-lo, as dicas são dar o espaço de que ele precisa mantendo sempre um canal aberto para que busque o educador e os colegas.

Revista nova escola Edição 223 | Junho 2009

TDAH

O que é Déficit de Atenção/Hiperatividade?

Trata-se de uma alteração do comportamento que impossibilita o indivíduo de permanecer quieto por um período de tempo necessário para executar determinadas atividades comuns diárias. Por conta do seu comportamento essas crianças e adolescentes são evitados e considerados inconvenientes.

O Déficit de Atenção/Hiperatividade é muito freqüente?

Estima-se que 10% das crianças na idade pré escolar e 4-5% na idade escolar apresentam Hiperatividade.

Como se percebe o Déficit de Atenção/Hiperatividade na escola?

- Não ficam paradas na sala de aulas- Falam muito com os colegas- Interrompem de maneira imprópria a professora- Iniciativas descontroladas- Tumultuam a classe com brincadeiras fora de hora- Apresentam desempenho abaixo do esperado.

O desenvolvimento do hiperativo é normal?


A maioria dos pacientes hiperativos apresentam um desenvolvimento normal.

O paciente hiperativo tem nível de inteligência normal?

Sim, a maioria apresenta o nível de inteligência normal ou acima do normal.

Qual é o tratamento para o Déficit de Atenção/Hiperatividade?

O tratamento da Hiperatividade se faz com o uso de medicamentos estimulantes do sistema nervoso e associa-se a terapia psicológica.

Quando deve ser iniciado o tratamento?

Logo que se percebe o quadro deve-se procurar um especialista para orientação adequada e quanto mais precoce o tratamento for iniciado melhores serão os resultados, pois o comprometimento emocional será menos acentuado.

DISGRAFIA

O que é:

A disgrafia é também chamada de letra feia. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra. Ao tentar recordar este grafismo escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as letras, tornando a letra ilegível.
Algumas crianças com disgrafia possui também uma disortografia amontoando letras para esconder os erros ortográficos. Mas não são todos disgráficos que possuem disortografia
A disgrafia, porém, não está associada a nenhum tipo de comprometimento intelectual.

Carcaterísticas:

- - Lentidão na escrita.
- - Letra ilegível.
- - Escrita desorganizada.
- - Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves.
- - Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial.
- - Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha.
- - Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo).
- - Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida.
- - O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares.
- - Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.

O disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas destas citadas acima.

Tipos:

Podemos encontrar dois tipos de disgrafia:
- Disgrafia motora (discaligrafia): a criança consegue falar e ler, mas encontra dificuldades na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue fazer os movimentos para escrever
- Disgrafia perceptiva: não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases. Possui as características da dislexia sendo que esta está associada à leitura e a disgrafia está associada à escrita.

Tratamento e orientações:

O tratamento requer uma estimulação lingüística global e um atendimento individualizado complementar à escola.
Os pais e professores devem evitar repreender a criança.
Reforçar o aluno de forma positiva sempre que conseguir realizar uma conquista.
Na avaliação escolar dar mais ênfase à expressão oral.
Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e provas.
Conscientizar o aluno de seu problema e ajudá-lo de forma positiva.

DISORTOGRAFIA

Até a 2ª série é comum que as crianças façam confusões ortográficas porque a relação com os sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo. Porém, após estas séries, se as trocas ortográficas persistirem repetidamente, é importante que o professor esteja atento já que pode se tratar de uma disortografia.
A característica principal de um sujeito com disortografia são as confusões de letras, sílabas de palavras, e trocas ortográficas já conhecidas e trabalhadas pelo professor.


Caraterísticas:

- - Troca de letras que se parecem sonoramente: faca/vaca, chinelo/jinelo, porta/borta.
- - Confusão de sílabas como: encontraram/encontrarão.
- - Adições: ventitilador.
- - Omissões: cadeira/cadera, prato/pato.
- - Fragmentações: en saiar, a noitecer.
- - Inversões: pipoca/picoca.
- - Junções: No diaseguinte, sairei maistarde.

Orientações:

Estimular a memória visual através de quadros com letras do alfabeto, números, famílias silábicas.
Não exigir que a criança escreva vinte vezes a palavra, pois isso de nada irá adiantar.
Não reprimir a criança e sim auxiliá-la positivamente.

DISCALCULIA

A matemática para algumas crianças ainda é um bicho de sete cabeças. Muitos não compreendem os problemas que a professora passa no quadro e ficam muito tempo tentando entender se é para somar, diminuir ou multiplicar; não sabem nem o que o problema está pedindo. Alguns, em particular, não entendem os sinais, muito menos as expressões. Contas? Só nos dedos e olhe lá.
Em muitos casos o problema não está na criança, mas no professor que elabora problemas com enunciados inadequados para a idade cognitiva da criança.
Carraher afirma que:

“Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram que termos quantitativos como “mais”, “menos”, maior”, “menor” etc. são adquiridos gradativamente e, de início, são utilizados apenas no sentido absoluto de “o que tem mais”, “o que é maior” e não no sentido relativo de “ ter mais que” ou “ser maior que”. A compreensão dessas expressões como indicando uma relação ou uma comparação entre duas coisas parece depender da aquisição da capacidade de usar da lógica que é adquirida no estágio das operações concretas”...”O problema passa então a ser algo sem sentido e a solução, ao invés de ser procurada através do uso da lógica, torna-se uma questão de adivinhação” (2002, p. 72).


No entanto, em outros casos a dificuldade pode ser realmente da criança e trata-se de um distúrbio e não de preguiça como pensam muitos pais e professores desinformados.
Em geral, a dificuldade em aprender matemática pode ter várias causas.
De acordo com Johnson e Myklebust, terapeutas de crianças com desordens e fracassos em aritmética, existem alguns distúrbios que poderiam interferir nesta aprendizagem:

Distúrbios de memória auditiva:
- A criança não consegue ouvir os enunciados que lhes são passados oralmente, sendo assim, não conseguem guardar os fatos, isto lhe incapacitaria para resolver os problemas matemáticos.
- Problemas de reorganização auditiva: a criança reconhece o número quando ouve, mas tem dificuldade de lembrar do número com rapidez.

Distúrbios de leitura:

- Os dislexos e outras crianças com distúrbios de leitura apresentam dificuldade em ler o enunciado do problema, mas podem fazer cálculos quando o problema é lido em voz alta. É bom lembrar que os dislexos podem ser excelentes matemáticos, tendo habilidade de visualização em três dimensões, que as ajudam a assimilar conceitos, podendo resolver cálculos mentalmente mesmo sem decompor o cálculo. Podem apresentar dificuldade na leitura do problema, mas não na interpretação.
- Distúrbios de percepção visual: a criança pode trocar 6 por 9, ou 3 por 8 ou 2 por 5 por exemplo. Por não conseguirem se lembrar da aparência elas têm dificuldade em realizar cálculos.

Distúrbios de escrita:
- Crianças com disgrafia têm dificuldade de escrever letras e números.

Estes problemas dificultam a aprendizagem da matemática, mas a discalculia impede a criança de compreender os processos matemáticos.
A discalculia é um dos transtornos de aprendizagem que causa a dificuldade na matemática. Este transtorno não é causado por deficiência mental, nem por déficits visuais ou auditivos, nem por má escolarização, por isso é importante não confundir a discalculia com os fatores citados acima.
O portador de discalculia comete erros diversos na solução de problemas verbais, nas habilidades de contagem, nas habilidades computacionais, na compreensão dos números.
Kocs (apud García, 1998) classificou a discalculia em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos:
Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.
Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.

Na área da neuropsicologia as áreas afetadas são:

Áreas terciárias do hemisfério esquerdo que dificulta a leitura e compreensão dos problemas verbais, compreensão de conceitos matemáticos;
Lobos frontais dificultando a realização de cálculos mentais rápidos, habilidade de solução de problemas e conceitualização abstrata.
Áreas secundárias occípito-parietais esquerdos dificultando a discriminação visual de símbolos matemáticos escritos.
Lobo temporal esquerdo dificultando memória de séries, realizações matemáticas básicas.

De acordo com Johnson e Myklebust a criança com discalculia é incapaz de:

Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas.
Seqüenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e sucessor.
Classificar números.
Compreender os sinais +, - , ÷, ×.
Montar operações.
Entender os princípios de medida.
Lembrar as seqüências dos passos para realizar as operações matemáticas.
Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras.
Contar através dos cardinais e ordinais.

Os processos cognitivos envolvidos na discalculia são:

1. Dificuldade na memória de trabalho;
2. Dificuldade de memória em tarefas não-verbais;
3. Dificuldade na soletração de não-palavras (tarefas de escrita);
4. Não há problemas fonológicos;
5. Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem;
6. Dificuldade nas habilidades visuo-espaciais;
7. Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.

De acordo com o DSM-IV, o Transtorno da Matemática caracteriza-se da seguinte forma:
A capacidade matemática para a realização de operações aritméticas, cálculo e raciocínio matemático, encontra-se substancialmente inferior à média esperada para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo.
As dificuldades da capacidade matemática apresentadas pelo indivíduo trazem prejuízos significativos em tarefas da vida diária que exigem tal habilidade.
Em caso de presença de algum déficit sensorial, as dificuldades matemáticas excedem aquelas geralmente a este associadas.
Diversas habilidades podem estar prejudicadas nesse Transtorno, como as habilidades lingüisticas (compreensão e nomeação de termos, operações ou conceitos matemáticos, e transposição de problemas escritos em símbolos matemáticos), perceptuais (reconhecimento de símbolos numéricos ou aritméticos, ou agrupamento de objetos em conjuntos), de atenção (copiar números ou cifras, observar sinais de operação), e matemáticas (dar seqüência a etapas matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).

Quais os comprometimentos?


Organização espacial;
Auto-estima;
Orientação temporal;
Memória;
Habilidades sociais;
Habilidades grafomotoras;
Linguagem/leitura;
Impulsividade;
Inconsistência (memorização).

Ajuda do professor:

O aluno deve ter um atendimento individualizado por parte do professor que deve evitar:

Ressaltar as dificuldades do aluno, diferenciando-o dos demais;
Mostrar impaciência com a dificuldade expressada pela criança ou interrompê-la várias vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando sua fala;
Corrigir o aluno freqüentemente diante da turma, para não o expor;
Ignorar a criança em sua dificuldade.

Dicas para o professor:

· Não force o aluno a fazer as lições quando estiver nervoso por não ter conseguido;
· Explique a ele suas dificuldades e diga que está ali para ajudá-lo sempre que precisar;
· Proponha jogos na sala;
· Não corrija as lições com canetas vermelhas ou lápis;
· Procure usar situações concretas, nos problemas.


Ajuda do profissional:

Um psicopedagogo pode ajudar a elevar sua auto-estima valorizando suas atividades, descobrindo qual o seu processo de aprendizagem através de instrumentos que ajudarão em seu entendimento. Os jogos irão ajudar na seriação, classificação, habilidades psicomotoras, habilidades espaciais, contagem.
Recomenda-se pelo menos três sessões semanais.
O uso do computador é bastante útil, por se tratar de um objeto de interesse da criança.
O neurologista irá confirmar, através de exames apropriados, a dificuldade específica e encaminhar para tratamento. Um neuropsicologista também é importante para detectar as áreas do cérebro afetadas. O psicopedagogo, se procurado antes, pode solicitar os exames e avaliação neurológica ou neuropsicológica.

O que ocorre com crianças que não são tratadas precocemente?


Comprometimento do desenvolvimento escolar de forma global
O aluno fica inseguro e com medo de novas situações
Baixa auto-estima devido a críticas e punições de pais e colegas
Ao crescer o adolescente / adulto com discalculia apresenta dificuldade em utilizar a matemática no seu cotidiano.


Qual a diferença? Acalculia e Discalculia.

A discalculia já foi relatada acima.
A acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo crânio-encefálico, perde as habilidades matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em níveis variados para realização de cálculos matemáticos.

Cuidado!
As crianças, devido a uma série de fatores, tendem a não gostar da matemática, achar chata, difícil. Verifique se não é uma inadaptação ao ensino da escola, ou ao professor que pode estar causando este mal estar. Se sua criança é saudável e está se desenvolvendo normalmente em outras disciplinas não se desespere, mas é importante procurar um psicopedagogo para uma avaliação.
Muitas confundem inclusive maior-menor, mais-menos, igual-diferente, acarretando erros que poderão ser melhorados com a ajuda de um professor mais atento.


Bibliografia:

CARRAHER, Terezinha Nunes (Org.). Aprender Pensando. Petrópolis, Vozes, 2002.
GARCÍA, J. N. Manual de Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre, ArtMed, 1998.
JOSÉ, Elisabete da Assunção, Coelho, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, Ática, 2002.
RISÉRIO, Taya Soledad. Definição dos transtornos de aprendizagem. Programa de (re) habilitação cognitiva e novas tecnologias da inteligência. 2003.
http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=133
http://www.juliannamartins.ubbi.com.br/pagina2.html

o que é a dislexia?

Entende-se por dislexia uma dificuldade de aprendizagem específica, que afecta a leitura e a escrita. Quem tem dislexia não automatizou a identificação de palavras e a leitura é mais lenta e com erros. O leitor com dislexia pode ter que soletrar as palavras, sobretudo se forem pouco familiares, relê-las ou reler a frase. Ao concentrar-se mais na tarefa de descodificação do texto pode ter mais dificuldade em concentrar-se nos conteúdos. Também, para o disléxico, a escrita é uma actividade não suficientemente automatizada, e pode sentir dificuldade em pôr por escrito as suas ideias, organizar as frases e memorizar a ortografia das palavras.

A dislexia tem origem, na maioria dos casos, numa dificuldade fonológica, ou seja em segmentar os sons da fala nas suas unidades mínimas, os fonemas, e fazer a associação entre os fonemas e os grafemas ou letras. É uma questão de funcionamento neurológico, que podemos considerar não como uma deficiência mas como um modo de funcionar.

A dislexia está muitas vezes associada a boas capacidades noutras áreas do funcionamento intelectual tais como, por exemplo, o raciocínio lógico, a capacidade de abstracção, o raciocínio espacial, a criatividade.

Existem graus de dislexia pelo que a situação pode ser mais ou menos acentuada. Também as condições em que decorreu a aprendizagem da leitura e escrita nos primeiros anos de escolaridade, o apoio e tipo de ensino que a criança teve, influenciam o futuro desempenho do disléxico.

É comum o disléxico ter desenvolvido outros problemas, não pela dislexia em si mas pelas suas consequências no rendimento escolar e na imagem de si próprio. O disléxico que não teve o devido apoio desde o início da escolaridade sentiu de forma intensa o insucesso nas tarefas que são as mais importantes na escola: ler e escrever.


É natural que tenha desenvolvido uma baixa auto-estima como aluno, ansiedade em várias situações escolares, evitamento de tarefas escolares que envolvem leitura e escrita. Por estes motivos pode acontecer que esteja a ter resultados escolares abaixo das suas capacidades.

O que se pode fazer para melhorar os problemas no ensino secundário


A identificação da dislexia deve ser feita o mais cedo possível para que a criança tenha um ensino adequado na fase de aprendizagem de leitura e escrita. No entanto, é possível melhorar a situação em qualquer idade.

No ensino secundário a ajuda pode passar pelos seguintes aspectos, tendo sempre em atenção a individualidade e características de cada aluno:

Treino fonológico – Exercícios de segmentação e fusão de fonemas;
Treino de escrita – Aprender a escrever mais correctamente usando técnicas de escrita;
Treino de leitura – Aprender técnicas de leitura mais eficazes;
Desenvolvimento de métodos de estudo – Conhecer o seu estilo de aprendizagem e tirar mais partido do estudo usando técnicas mais eficazes;
Aprender a reduzir a ansiedade – Aprender a ter mais segurança ao desempenhar tarefas escolares e nas situações de avaliação.
Desenvolver uma auto-estima positiva – Aprender a acreditar em si, a valorizar e ter confiança nas suas capacidades e a lidar com as suas dificuldades.

Medidas de Ensino Especial :

Adaptações na avaliação - Adaptando ou dando mais tempo nas avaliações escritas e não valorizando os erros, diversificando as modalidades de avaliação;
Aulas de Apoio Pedagógico Acrescido - em Língua Portuguesa para desenvolver alguns dos aspectos referidos acima, em Língua Estrangeira e pontualmente nas disciplinas que sinta necessidade;
Adaptações curriculares – adaptações nos programas das disciplinas, caso seja necessário em Língua Estrange
adaptações curriculares

Sugestões para usar com alunos com necessidades educativas especiais e com outros alunos

MATERIAIS - Diagnóstico


-Identificação de problemas ao nível dos materiais impressos e não impressos

-O aluno não tem competências necessárias para lidar com o material


-A complexidade do material excede o nível de compreensão do aluno


-A complexidade linguística do material , como o vocabulário e a sintaxe, fazem com que o aluno não aceda ao seu significado


-A quantidade de informação é excessiva, sobrecarregando o aluno


-O formato e design dos materiais (gráficos, organização, clarificação, utilização de exemplos), dificultam a compreensão



MATERIAIS IMPRESSOS -adaptações


-Substituição dos textos por outros alternativos

-Utilização de técnicas de desenvolvimento de textos que incluam estratégias para aumentar a compreensão e reter a informação por mais tempo



exemplos:

-Gravar em áudio o material de texto

- Ler os materiais de texto em voz alta

-Trabalhar os materiais de texto em tutoria de pares

-Trabalhar com os alunos individualmente ou em pequenos grupos

-Fazer uma abordagem adaptando o nível de compreensão requerido pelo material ao nível de compreensão do aluno

-Desenvolver versões reduzidas dos textos para os adaptar ao nível de leitura dos alunos

-Simplificar os materiais existentes (vocabulário, expressões)



SUGESTÕES COM O OBJETIVO DE MELHORAR A COMPREENSÃO DO MATERIAL DE TEXTO


-Explicar ao aluno os objetivos da leitura que lhe foi solicitada

-Ler previamente o texto

-Ensinar o aluno a usar aspectos do formato do texto como cabeçalhos, sublinhados, ajudas visuais(fig., etc.), notas introdutórias e o sumário do texto


-Utilizar um guião de estudo(conduzir o aluno através da leitura, levando-o a responder a questões relacionadas com as passagens do texto)


-Utilizar organizadores gráficos(ex. esquemas)


-Modificar o conteúdo das fichas de leitura ou diminuir o ritmo de leitura das mesmas


-Sublinhar os textos anteriormente para que o aluno saiba quais os pontos importantes


-Ensinar estratégias de automonitorização para ajudar o aluno a perceber e a questionar o que está a ler


-Adaptar as atividades referidas nos textos, reorganizando-as ou substituindo-as




SUGESTÕES PARA AJUDAR O ALUNO A RETER AQUILO QUE LEU


-Utilizar ajudas gráficas depois da leitura

-Sumariar, escrever alguns pontos importantes do texto, etc.

-Sugerir formas de preparação para os testes, tendo em conta os textos a usar

-Estimular a discussão dos conteúdos




ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM- adaptações




CUIDADOS A TER

-Localização do aluno na sala de aula (benéfico ficar na fila da frente)

-Ao apresentar nova informação ter cuidado com: estrutura, redundância, ritmo, envolvimento e entusiasmo ...

-Utilizar experiências multi-sensoriais

-Fazer adaptações nas tarefas de leitura quando necessário (ver quadros anteriores)

-Programar a aula de modo a haver mais intervalos ( ou mudanças de ritmo, de actividade etc.)

-Organizar as tarefas de modo a usar diversos métodos de ensino

-Providenciar maior número de explicações para os alunos com N.E.E., realçando os pontos importantes

-Usar tecnologias de apoio, tais como gravadores áudio, vídeo, computador.




ESTRATÉGIAS PARA FACILITAR A ESCUTA ATIVA


-Os aspectos relevantes dos conteúdos devem ser apresentados através de repetições, ênfase vocal e indicação de pistas

-A informação deve ter significado, ser organizada de modo lógico

-A informação deve ser dada através de pequenas unidades

-Deve ser pedido “feedback” ao aluno

-As apresentações orais deverão ser acompanhadas por ajudas visuais

-O aluno deve ser lembrado que deve reflectir antes de dar uma resposta

orientações para os professores de alunos disléxicos

Orientações para a avaliação

- nos testes, apresentação de textos mais curtos, questões mais directas, leitura e explicitação das mesmas por parte dos professores;

- as provas de avaliação devem ainda ser mais curtas/opção por responder a menos questões ou por ter mais tempo para a respectiva realização;

- na apresentação dos enunciados é importante ampliar o espaço entre linhas, o espaço para a resposta , ter cuidado com a nitidez., etc .;

- nos testes e fichas de avaliação deve proceder-se à adaptação das instruções . As perguntas devem ter baixa complexidade morfo-sintáctica, semântica e lexical. Podem ser utilizados testes com respostas múltiplas, especialmente a inglês;

- recordar que leia atentamente os testes antes de os entregar;

- não cotação de erros ortográficos embora sejam naturalmente corrigidos;

- atender a que os alunos disléxicos tendem a construir textos mais curtos e pobres de conteúdo;

- diversificar os meios de avaliação, dando maior peso à oralidade;

- privilegiar a avaliação contínua, dado ser comum que os disléxicos tenham desempenho instável e com retrocessos.


Orientações para as adaptações curriculares


Para melhorar as condições de aprendizagem, sugere-se que o aluno:

- realize fichas de trabalho com tarefas bem definidas e estruturadas do conteúdo leccionado que poderá ser realizado em aula ou como trabalho de casa.;

- receba orientação do seu estudo através de guiões , checklists, objectivos, perguntas, etc.;

- receba informação específica antes dos teste por forma a orientar o seu estudo;

- seja ajudado na leitura de textos e instruções;

- antes da exposição oral da lição fornecer-lhe um resumo do tema a tratar ;

- escrever no quadro palavras-chave, a fim de ajudar a tomar notas durante as aulas apresentadas oralmente;

- na disciplina de Língua Inglesa , dada a sua maior opacidade, recomenda-se que seja enfatizada a relação entre a fonologia e a ortografia da língua em causa, de forma explícita. Os exercícios de aprendizagem devem ser muito estruturados e graduais, com aprendizagem de uma competência de cada vez e devem também visar a sobreaprendizagem, pois o jovem tem dificuldades em reter a informação verbal. Deve privilegiar-se a compreensão e expressão oral. Os objectivos de aprendizagem devem ser reduzidos e/ou modificados de modo realista.

Outras recomendações


- dar a opção ao aluno de ler ou não em voz alta em público.
- o aluno deve sentar-se perto do quadro e do professor
- a família deve apoiar o estudo, nomeadamente lendo o material de estudo, corrigindo os apontamentos e ajudando a fazer resumos.

“QUAL A LEI QUE GARANTE O DIREITO AO DISLEXICO DE FAZER PROVA ORAL?”

A legislação brasileira atual não possui regras específicas para os disléxicos, não havendo, portanto, uma lei em particular garantindo ao disléxico o direito de fazer prova oral, ter um tempo maior para realização de provas ou de que ele não possa ser reprovado.

O que existe são várias leis que, apreciadas em conjunto, possibilitam defender os direitos dos educandos com necessidades especiais, como são considerados os disléxicos.

Aproveita-se para observar que a avaliação de dislexia deve ser realizada através de uma equipe multidisciplinar (psicóloga, fonoaudióloga e psicopedagoga clínica, pelo menos), visto ser a dislexia uma avaliação de exclusão de outras possíveis comorbidades.

Para defender os direitos dos disléxicos é necessário observar a Constituição Federal (art. 208), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei_nº_9.394) (art. 4º), a Resolução_CNE/CEB_nº02 de 11 de dezembro de 2001 (art. 3º, 5º e 8º), o Estatuto da Criança e do Adolescente (arts. 53 e 54), além de outros artigos dessas leis e de outros documentos legais venham a existir, sendo estes os básicos.

Os pais podem ainda procurar a Diretoria Regional de Ensino responsável pela escola onde se encontra matriculada a criança disléxica, e, se assim entenderem necessário, efetuar uma queixa contra a escola que não está cumprindo com a sua obrigação de efetuar a inclusão desse educando com necessidades especiais.

São as considerações básicas a serem observadas, de forma genérica, devendo cada caso individual ser analisado para buscar a solução mais adequada.